Sólo tu corazón caliente,
Y nada más.
Mi paraíso, un campo
Sin ruiseñor
Ni liras,
Con un río discreto
Y una fuentecilla.
Sin la espuela del viento
Sobre la fronda,
Ni la estrella que quiere
Ser hoja.
Una enorme luz
Que fuera
Luciérnaga
De otra,
En un campo de
Miradas rotas.
Un reposo claro
Y allí nuestros besos,
Lunares sonoros
Del eco,
Se abrirían muy lejos.
Y tu corazón caliente,
Nada más.
DESEJO
Só, só, o teu coração ardente
E nada mais.
Meu paraíso, um campo
Sem beija-flor
Nem liras,
Com um rio discreto
E uma fontezinha.
Sem a espora do vento
Sobre a face
Nem a estrela que quer
Ser folha.
Uma enorme luz
Que foi
Vaga-lume
De outra,
Em um campo de
Olhadas rotas.
Um repouso claro
De beijos passados
Enfeites sonoros
Do eco
Abrem-se afastados
E o teu coração ardente
E nada mais.
BAILE
La Carmen está bailando
por las calles de Sevilla.
Tiene blancos los cabellos
y brillantes las pupilas.
¡Niñas,
corred las cortinas!
En su cabeza se enrosca
una serpiente amarilla,
y va soñando en el baile
con galanes de otros días.
¡Niñas,
corred las cortinas!
Las calles están desiertas
y en los fondos se adivinan,
corazones andaluces
buscando viejas espinas.
¡Niñas,
corred las cortinas!
BAILE
A Carmen está dançando
Pelas ruas de Sevilla.
Tem brancos os seus cabelos
E brilhantes as pupilas.
Meninas
Correi as cortinas!
Em sua cabeça enrosca
Uma serpente amarela,
E vai sonhando no baile
Com galãs de outras eras.
Meninas
Correi as cortinas!
As ruas estão desertas
E nos fundos se descobre
Corações andaluzes
Buscando dores enormes
Meninas
Correi as cortinas!
CANCIÓN DE JINETE
Córdoba.
Lejana e sola.
Jaca negra, luna grande,
y aceitunas en mi alforja.
Aunque sepa los caminos
yo nunca llegaré a Córdoba
Por el llano, por el viento,
jaca negra, luna roja,
la muerte me está mirando
desde las torres de Córdoba.
¡ Ay qué camino tan largo !
¡ Ay mi jaca valerosa!
¡ Ay que la muerte me espera!
antes de llegar a Córdoba!
Córdoba.
Lejana y sola.
CANÇÃO DO GINETE
Córdoba.
Longínqua e só.
Mula negra
E azeitonas em meu alforge
Ainda que eu saiba os caminhos
Eu nunca chegarei a Córdoba.
Pelo plano, pelo vento,
Mula negra, lua rosa.
A morte me está olhando
Desde as torres de Córdoba.
Ai que caminho tão longo!
Ai minha mula valorosa!
Ai, que a morte me espera
Antes de chegar a Córdoba!
Córdoba.
Longínqua e só.
6 comentários:
Puro lirismo de Lorca, agora traduzido. Parabéns!
Meninas, correi as cortinas:
- Saudades da Espanha...
- Ai que caminho tão longo:
(coitado do ginete: até chegar a Córdoba restará alguma azeitona no alforge?)
Raquel
Lembrete ad hoc:faltou colar a tradução da estrofe que segue
Un reposo claro
Y allí nuestros besos,
Lunares sonoros
Del eco,
Se abrirían muy lejos.
Olá, Raquel, atenta leitora!
Postei o translado da estrofe de difícil tradução.
Prezado Jayme,
Estou começando a explorar este seu interessantíssimo blog.
Convido-o a conhecer um pouco dos meus poemas; saber sua opinião seria muito importante para mim. Eis o endereço: http://coisasdochico.blogspot.com
Um forte abraço,
Chico (Assis de Mello)
Assis, agradeço a visita ao meu Blog e a oportunidade que me dá de podermos trocar opiniões sobre Blog e poesia.
Deixei um comentário em seu Blog e afirmo que gostei do que vi em uma rápida leitura.
Vamos continuar nossas jornadas em prol da divulgação da poesia. Plagiando os jesuítas:"ad majorem gloriam poesiae".
Jayme
Tomei a liberdade de publicar sua tradução de "Cación de Jinete" (com o devido link para sua página e autoria da tradução) na minha página de poemas que amo
http://ojardimalheio.blogspot.com/2009/06/cancion-de-jinete.html
Também traduzo
http://ojardimalheio.blogspot.com/search/label/Minha%20tradu%C3%A7%C3%A3o
e escrevo
http://alexsartorelli.blogspot.com/
e já ousei escrever um ensaio
http://www.mafua.ufsc.br/joaoalexandre.html
(a dicção moderna)
abs.
Alexandre
QUEM É O TRADUTOR? NÃO ESQUEÇAM QUE TRADUÇÃO É AUTORIA!
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