terça-feira, 27 de abril de 2010

UM HAIKAI TRADUZIDO



Uma Cerejeira em flor e o monte Fuji.


Para a publicação deste Haikai, houve uma troca de e-mails entre mim e minha colega Professora Cristina. Seguem trechos necessários para o entendimento da origem desta postagem:

Mensagens entre mim e a professora Cristina Yukie, colega de magistério e grande amiga.

“Aguardo ansioso a tradução do hai-kai de sua (avó?). E em outra hora, posso fotografar o quadro para colocar como imagem ilustrando o que fizermos a respeito do poema. Assim, você que lê ideogramas poderá apreciar a obra de arte japonesa, que é , além de literária, também visual. Aliás, a cultura chinesa já praticava a caligrafia como arte”.

A propósito, segue o haiku traduzido de minha avó. Realmente são 5, 7 e 5 sílabas.

Tomo o kabau
tiisana koto wa
yurusesou


(Tradução literal: Protejo o amigo e é possível perdoar os pequenos ressentimentos).

Em ideogramas, escrevemos na vertical, de cima para baixo, e as linhas (versos) são contadas da direita para a esquerda.
Sabe que admiro muitíssimo a cultura chinesa também.
Os ideogramas (kanjis) foram trazidos de lá para o Japão. Depois é que desenvolvemos os outros dois silabários que só existem no japonês. O próprio budismo é uma grande herança. Há muitas riquezas partilhadas entre os povos e essa diversidade só traz crescimento”.

O MEU AMIGO
(Harue Yokowo)

Perdoei ao amigo
Pequenos ressentimentos
E eu o protejo comigo.


(Adaptação: Jayme Bueno)

“Professora Cristina, gostaria de revelar o nome de sua avó, como homenagem a ela”.

“O nome de minha avó materna é Harue Yokowo.
Ela participava de vários grupos de poetas de haikai, em São Paulo e no Paraná.
Foi uma mulher brilhante. Ficou viúva cedo, com quatro filhos. Minha mãe é a filha mais velha. Minha avó criou os filhos, formou-os todos, era exímia culinarista de pratos japoneses, além de poetisa como hobby.
Tenho muito orgulho dela e de sua trajetória de vida.
Vamos, sim, divulgar”.

(Cristina Yukie Miyaki Fuchs, a neta de Harue Yokowo, é professora de Linguística da PUCPR. Fala e escreve o japonês, idioma que também ensina em cursos especiais).
Um Templo entre Cerejeiras em flor.

Temos, portanto, um Haicai composto por uma autêntica poetisa japonesa. Embora tenha vivido no Brasil, cultivava a arte japonesa em diferentes formas de manifestação. Para japoneses, compor um Haicai, desenhar canjis (ideogramas), preparar pratos, tudo é modo de praticar a arte milenar que os acompanha sempre.

6 comentários:

Daniel Osiecki disse...

Olá, professor. Muito interessante o texto e bela homenagem a avó da professora Cristina. Um grande abraço aos dois.

Jayme Ferreira Bueno disse...

Obrigado pelo comentário, Daniel.
É interessante que muitos imigrantes vieram fazer a poesia de sua tera neste nosso país.
O Brasil só tem a ganhar com pessoas de outras nacionalidades que vêm contribuir com a nossa cultura.
Um abraço.

mon disse...

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Cristiane Rodrigues disse...

Professor Jayme,
muito obrigada por dividir conosco tão interessantes versos.
Abraços,
Cristiane

Cristiane Rodrigues disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Jayme Ferreira Bueno disse...

Obrigado, Cristiane, pelo comentário. É sempre bom ter a sua presença no Blog.
Abraços,
Jayme