(Foto: GEORGIN, Ch. Les Latins. Paris: Hatier, s. d., p. 672)
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A LITERATURA LATINA - Periodização
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1. Costuma-se dividir a literatura latina em 5 grandes épocas:
I – Período de Influência Helênica (240 a.C. – 81 a.C.)
II – A Época de Cícero (81– 43 a. C.)
III – O Século de Augusto (43 a. C – 14 d. C.)
IV – Período Imperial (14– 192 d. C.)
V – A Literatura Cristã (séc. III– séc. V d. C.)
I – Período de Influência Helênica (240 a.C. – 81 a.C.)
II – A Época de Cícero (81– 43 a. C.)
III – O Século de Augusto (43 a. C – 14 d. C.)
IV – Período Imperial (14– 192 d. C.)
V – A Literatura Cristã (séc. III– séc. V d. C.)
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As datas que costumam marcar a divisória temporal entre períodos literários são relativos quanto ao estilo propriamente. Eles marcam mais certos acontecimentos históricos e não literários propriamente. Toda periodização literária serve apenas como uma referência de determinada tendência literária que se pode situar de modo aproximado a cada um desses períodos historicamente marcados.
2. O grande período da literatura latina foi, sem dúvida, o século de Agusto. É a denominada época de ouro. O grande apogeu econômico e cultural de Roma propiciou o aparecimento de grandes literatos, principalmente poetas. São exemplos Virgílio, Horácio e Ovídio, três dos maiores poetas latinos. Além deles, são dessa época, também, os líricos Tibulo e Propércio, e o historiador Tito Lívio.
3. Para exemplificar um dos poetas mais versáteis da época, selecionamos Horácio (Quintus Horatius Flaccus 65 – 8 a. C.). É o grande poeta das Odes, dos Epodos, das Sátiras e das Cartas. Duas Cartas se tornaram famosas: a Carta a Mecenas e a Carta aos Pisões, esta conhecida como Arte Poética.
4. Mecenas (Gaius Cilinius Maecenas, 70 – 8 a. C.) foi político e diplomata romano, que se tornou conhecido por patrocinar poetas, como Virgílio, Propércio e Horácio. Rico, seu progresso político e sua grande influência se devem ao imperador Augusto, a quem serviu como secretário e conselheiro. A palavra mecenas passou a significar aquele que patrocina a cultura, a ciência e as artes.
5. Com uma pensão e bens recebidos de Mecenas, Horácio pôde viver tranquilo em sua casa de campo e dedicar-se inteiramente à poesia e à filosofia. Rejeitou cargos públicos e preferiu uma vida íntima de inteira doação à arte e ao pensamento.
6. Há vários poemas em que Horácio se refere ao seu grande protetor. Constam pelo menos sete Odes e quatro Epodos em agradecimento a Mecenas, além de algumas Cartas, poemas escritos em agradecimento ao seu protetor pelos favores recebidos.
7. Como exemplo, na Ode 1, do livro I, diz:
Maecenas, atavis edite regibus, / O et praesidium et dulce decus meum (Mecenas, descendente de altos reis, / ó minha glória e meu doce amparo).
8. A seguir uma Ode de Horácio (Quintus Horatius Flaccus (65 - 8 a.C.):
ODE - I, 11
As datas que costumam marcar a divisória temporal entre períodos literários são relativos quanto ao estilo propriamente. Eles marcam mais certos acontecimentos históricos e não literários propriamente. Toda periodização literária serve apenas como uma referência de determinada tendência literária que se pode situar de modo aproximado a cada um desses períodos historicamente marcados.
2. O grande período da literatura latina foi, sem dúvida, o século de Agusto. É a denominada época de ouro. O grande apogeu econômico e cultural de Roma propiciou o aparecimento de grandes literatos, principalmente poetas. São exemplos Virgílio, Horácio e Ovídio, três dos maiores poetas latinos. Além deles, são dessa época, também, os líricos Tibulo e Propércio, e o historiador Tito Lívio.
3. Para exemplificar um dos poetas mais versáteis da época, selecionamos Horácio (Quintus Horatius Flaccus 65 – 8 a. C.). É o grande poeta das Odes, dos Epodos, das Sátiras e das Cartas. Duas Cartas se tornaram famosas: a Carta a Mecenas e a Carta aos Pisões, esta conhecida como Arte Poética.
4. Mecenas (Gaius Cilinius Maecenas, 70 – 8 a. C.) foi político e diplomata romano, que se tornou conhecido por patrocinar poetas, como Virgílio, Propércio e Horácio. Rico, seu progresso político e sua grande influência se devem ao imperador Augusto, a quem serviu como secretário e conselheiro. A palavra mecenas passou a significar aquele que patrocina a cultura, a ciência e as artes.
5. Com uma pensão e bens recebidos de Mecenas, Horácio pôde viver tranquilo em sua casa de campo e dedicar-se inteiramente à poesia e à filosofia. Rejeitou cargos públicos e preferiu uma vida íntima de inteira doação à arte e ao pensamento.
6. Há vários poemas em que Horácio se refere ao seu grande protetor. Constam pelo menos sete Odes e quatro Epodos em agradecimento a Mecenas, além de algumas Cartas, poemas escritos em agradecimento ao seu protetor pelos favores recebidos.
7. Como exemplo, na Ode 1, do livro I, diz:
Maecenas, atavis edite regibus, / O et praesidium et dulce decus meum (Mecenas, descendente de altos reis, / ó minha glória e meu doce amparo).
8. A seguir uma Ode de Horácio (Quintus Horatius Flaccus (65 - 8 a.C.):
ODE - I, 11
Tu ne quaesieris, scire nefas, quem mihi, quem tibi
finem di dederint, Leuconoe, nec Babylonios
temptaris numeros, ut melius, quidquid erit, pati.
seu pluris hiemes seu tribuit Iuppiter ultimam,
.
quae nunc oppositis debilitat pumicibus mare
Tyrrhenum: sapias, vina liques et spatio brevi
spem longam reseces.dum loquimur, fugerit invida
aetas: carpe diem quam minimum credula postero.
ODE I, 11 - (Tradução minha)
Leuconoe, não indagues - saber seria nefasto –
que fim a mim e a ti os deuses a nós reservaram,
nem consultes os difíceis cálculos dos babilônios,
mesmo porque o melhor é aceitar o que nos vier.
Quer seja este inverno um dos muitos, ou que seja o último
que Júpiter te conceda, este que, agora, se desfaz
como espuma no mar Tirreno: prepara o teu vinho,
abrevia esperanças longas, porque o tempo é breve.
Ele nos foge enquanto falamos: colhe este dia,
porque sobre os vindouros dias nada saberemos.
NOTAS:
1. Esta Ode de Horácio é a de número 11 do livro I.
2. Metricamente, ela se compõe de dois espondeus ( - - ) e quatro dátilos ( - u u ), que são pés métricos de quatro tempos. Cada sílaba longa ( - ) equivale a dois tempos; e cada sílaba breve ( u ), a um tempo. Um espondeu ( - - ) é o pé métrico de quatro tempo composto por duas sílabas longas. O dátilo ( - u u ) é o pé métrico, também de quatro tempos, formado por uma sílaba longa e duas breves. Esta Ode, que mistura espondeus e dátilos, emprega, portanto, versos de ritmo quaternário.
3. A tradução está feita em versos de 14 sílabas. Alguns autores costumam chamar de versos bárbaros a todo verso com mais de 12 sílabas, especialmente o de 14, que é o mais empregado, inclusive pelos parnasianos.
4. Leuconoe – etimologicamente significa ingênua, pura. (Do grego leukós = branco, puro, limpo; e noós, por contração, nous = inteligência, alma, coração).
É nome feminino tradicional na literatura latina. Foi dado pelo historiador Higino (Gaius Julius Hyginus, 64 a. C. – 17 d. C.) a uma irmã de Netuno e esposa de Apolo. Ovídio (Publius Ovidius Naso, 43 a. C. – 18 d. C.) assim chamou uma das irmãs de Mínias (rei e herói grego).
5. Babylonios numeros = cálculos astrológicos em que os caldeus eram mestres, e famosos em Roma.
4. Hiems, em latim, tem o sentido também de um ano, principalmente em uma situação poética, em que se emprega tal palavra como metáfora.
ODE I, 11 - (Tradução minha)
Leuconoe, não indagues - saber seria nefasto –
que fim a mim e a ti os deuses a nós reservaram,
nem consultes os difíceis cálculos dos babilônios,
mesmo porque o melhor é aceitar o que nos vier.
Quer seja este inverno um dos muitos, ou que seja o último
que Júpiter te conceda, este que, agora, se desfaz
como espuma no mar Tirreno: prepara o teu vinho,
abrevia esperanças longas, porque o tempo é breve.
Ele nos foge enquanto falamos: colhe este dia,
porque sobre os vindouros dias nada saberemos.
NOTAS:
1. Esta Ode de Horácio é a de número 11 do livro I.
2. Metricamente, ela se compõe de dois espondeus ( - - ) e quatro dátilos ( - u u ), que são pés métricos de quatro tempos. Cada sílaba longa ( - ) equivale a dois tempos; e cada sílaba breve ( u ), a um tempo. Um espondeu ( - - ) é o pé métrico de quatro tempo composto por duas sílabas longas. O dátilo ( - u u ) é o pé métrico, também de quatro tempos, formado por uma sílaba longa e duas breves. Esta Ode, que mistura espondeus e dátilos, emprega, portanto, versos de ritmo quaternário.
3. A tradução está feita em versos de 14 sílabas. Alguns autores costumam chamar de versos bárbaros a todo verso com mais de 12 sílabas, especialmente o de 14, que é o mais empregado, inclusive pelos parnasianos.
4. Leuconoe – etimologicamente significa ingênua, pura. (Do grego leukós = branco, puro, limpo; e noós, por contração, nous = inteligência, alma, coração).
É nome feminino tradicional na literatura latina. Foi dado pelo historiador Higino (Gaius Julius Hyginus, 64 a. C. – 17 d. C.) a uma irmã de Netuno e esposa de Apolo. Ovídio (Publius Ovidius Naso, 43 a. C. – 18 d. C.) assim chamou uma das irmãs de Mínias (rei e herói grego).
5. Babylonios numeros = cálculos astrológicos em que os caldeus eram mestres, e famosos em Roma.
4. Hiems, em latim, tem o sentido também de um ano, principalmente em uma situação poética, em que se emprega tal palavra como metáfora.
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Concluindo, esta apresentação teve a intenção de rever a velha literatura latina, que, embora bastante devedora à literatura grega, não deixou de ser marco importante para as literaturas das línguas neolatinas. O Renascimento, período do Classicismo, foi todo ele influenciado por gregos e latinos, mas principalmente por estes últimos. Não podemos esquecer que a Língua Portuguesa foi chamada por Olavo Bilac de “Última flor do Lácio”, em homenagem à região da Península Itálica - Latium -, a que mais prosperou por suas condições geográficas. Foram as condições climáticas, geográficas de uma vasta planície que propiciaram aos latinos se desenvolverem, progredirem e, inclusive, suplantar inicialmente os seus vizinhos oscos e umbros. Mais tarde partiram para as grandes conquistas bélicas, que foram base para o vasto e poderoso Império Romano.
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